
Os gatos são animais criativos e não é um dos melhores companheiros de viagem.
«Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente; que erra, que dececiona, porque não há esforço sem erros e deceções; mas que, na verdade, se empenha nos seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.»
A citação é do discurso “Cidadania em uma República” (ou “O Homem na Arena”), proferido na Universidade de Sorbonne, em Paris, por Theodore Roosevelt, em 23 de abril de 1910, meses antes da revolução que implantou a república em Portugal e apenas 4 anos o separam do início do a História se encarregou de rotular como sendo a I Guerra Mundial.
Sabemos agora que foi a guerra de 1914-1918 que deixou marcas profundas nos atores da igualmente rotulada de II Guerra Mundial e levou à concretização da profecia de Roosevelt: os derrotados na primeira guerra persistiram em prosseguir na arena da vida com o rosto mancado de poeira, suor e sangue e o resultado foi o que ainda hoje não se determinou na totalidade, tanto mais que nem a Família Real Inglesa foi recentemente acusada de ter apoiado o III Reich contra os avanços da ideologia estalinista da União Soviética.
Contudo, a profecia de Roosevelt acaba por ser paradoxalmente mais abrangente no tempo porque nenhum dos atores da II Guerra Mundial triunfou. Bem pelo contrário, a tradição da condição humana dos líderes em fracassar ousando grandemente prossegue até à contemporaneidade apesar de muitos não terem tido ainda o discernimento de perceber que tudo se resume a uma mera equação científica: o erro tem sempre consequências.
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